Jubenice Santos, a Bibinha, e Joseph Augusto de Souza, o Gugu, superaram outros 14 competidores do torneio mundial de Capoeira, realizado em Salvador (BA).
O Farol da Barra, em Salvador (BA), recebeu neste sábado (3) a segunda edição do Red Bull Paranauê, campeonato que busca os capoeiristas mais completos do mundo, e viu a baiana Jubenice Santos (Bibinha) e o paulista Joseph Augusto de Souza (Gugu Quilombola), que mora na Alemanha, serem coroados campeões do evento. Cada um venceu outros sete participantes, divididos nas categorias feminina – novidade para 2018 – e masculina.
O evento contou com a participação de grandes nomes da Capoeira, representados pelos Mestres que fizeram parte do corpo de jurados: Nenel, Jogo de Dentro, Paulinho Sabiá e Suassuna. Além disso, a competição celebrou o centenário da Capoeira Regional, tendo no falecido Mestre Bimba seu maior expoente. Dona Bena e Nalvinha, esposa e filha de Bimba, respectivamente, estiveram presentes para receber a homenagem em frente a um público de 2500 pessoas.
Bibinha, de Salvador (BA), começou na Capoeira aos 11 anos de idade, na escola em que estudava e, hoje, aos 34 anos, é professora de Educação Física e de Capoeira. No Red Bull Paranauê, ela superou outras sete mulheres na categoria feminina, uma novidade para a segunda edição do evento.
“Participar do Red Bull Paranauê foi um turbilhão de emoções, que mal consigo descrever. Apesar do ar de competição, a Capoeira pra gente é sempre um jogo, uma brincadeira, então é uma oportunidade pra gente se divertir também. Foi isso que fiz no palco”, afirmou. “Só quem esteve aqui sabe da importância do evento e da perspectiva que isso traz para a Capoeira”, acrescentou Bibinha.
Gugu, nascido em São Paulo (SP), tem uma história ainda mais precoce, tendo iniciado na Capoeira aos seis anos de idade, quando ainda nem sonhava que, aos 32, estaria morando na Alemanha há três anos dando aulas de Capoeira. Ele já havia participado das seletivas do Paranauê em 2017, mas só conseguiu a classificação para a final este ano, tendo vencido a qualificatória “Mundo”, dedicada a estrangeiros ou brasileiros que moram fora do país.
“Sou campeão junto com todos os meus irmãos. Nós somos campeões, não sou vencedor sozinho. Represento eles, meu Brasil, meu povo. Isso é capoeira, essa é minha lição. Acreditem na Capoeira”, disse Gugu após vencer a final.
O Red Bull Paranauê buscou aqueles capoeiristas que conseguissem mostrar suas habilidades nos três principais segmentos da arte: Angola, Regional e Contemporânea. Para isso, o evento teve três toques, cada um representando um estilo específico: Jogo de Dentro, Banguela e São Bento Grande Regional, respectivamente. Os jogos aconteceram da seguinte forma: dois capoeiristas se reuniram no centro e sortearam dois toques para serem jogados, com 40 segundos para cada um.
Mestre Sabiá, um dos idealizadores do evento e que tem mais de 40 anos de experiência com Capoeira, está empolgado para uma terceira edição do evento. “Foi um sucesso, porque tivemos não só a participação do público da Capoeira, como do público da cidade em si. Estou muito feliz, porque esse é um momento de celebração da capoeira e o projeto, embora recente, tem se tornado um dos mais importantes nesse meio. Quero sim a terceira edição, mais forte e mais madura”, comentou.
A segunda edição do Red Bull Paranauê contou com o apoio da Prefeitura de Salvador, Saltur e Projeto Mandinga.